Bitcoin: por que você está sendo enganado?
novembro 29, 2017No artigo de hoje vamos explorar o fantástico mundo das criptomoedas e a formação de duas das bolhas mais estúpidas da história da humanidade.
No caso dos preços do Bitcoin, aliás, não é necessário nem mesmo aguardar o estouro da bolha para se comprovar que a emoção humana continua a criar idiotices tão grandes quanto as observadas ao longo dos últimos quatro séculos.
Como o mercado de flores do século XVII explica as crises financeiras do século XXI?
Assim que as tulipas foram trazidas da Turquia e caíram no gosto das classes mais abastadas da Europa, os floristas holandeses passaram a plantá-las a rodo para abastecer esse novo mercado.
Pouco tempo depois, no entanto, surgiu na Holanda uma espécie de vírus que contaminava as tulipas e as deixava fraquinhas e com uma coloração diferenciada, tornando-as ainda mais belas e cobiçadas.
Esse vírus, porém, não atacava todas as tulipas, mas apenas algumas plantas, que logo se tornaram raras e desejadas. Eram tão exclusivas, na verdade, que um botão de tulipa, na época, custava o mesmo que uma casa em Amsterdã.
Seu preço alto, com efeito, puxou para cima a cotação de todas as outras tulipas: bastava ser uma tulipa e não faltaria gente disposta a pagar fortunas para adquiri-la.
Sendo assim, as tulipas, que até então eram negociadas na primavera, quando os bulbos floresciam, passaram a ser negociadas até mesmo no inverno, por meio de contratos que davam a seu titular o direito ao valor eventualmente gerado com a venda das flores.
Pessoas passaram a comprar bulbos aos montes na esperança de vender mais caro quando a primavera chegasse, e isso era aparentemente um bom negócio, já que os preços desses contratos não paravam de subir.
Alguém que tivesse pago 100 florins por um desses contratos, por exemplo, poderia vendê-lo mais tarde por 110 florins, tendo um lucro de 10%.
Muitos, inclusive, tomavam empréstimo para adquirir mais bulbos, lucrando sem sequer ter investido nada. Era possível tomar um empréstimo pela manhã, comprar uma tulipa antes do almoço, vendê-la a tarde, pagar o empréstimo e os juros antes do jantar e ainda assim sair com um lucro substancial.
Era incrível: você aplicava o que tinha guardado para dar entrada em uma casa e, em pouco tempo, já tinha o suficiente para comprar a casa, à vista. Nunca tinha sido tão fácil fazer dinheiro e todo mundo queria entrar nessa.
Pois bem, a especulação crescia e o preço das tulipas também.
No auge do boom, em 1636, as tulipas mais raras viram seu preço subir 300%, de 2 mil florins para 6 mil florins. As mais comuns, por sua vez, viram seus preços explodirem, passando de 20 florins para 225 florins, e, em um ano, o preço de uma tulipa comum saltou mais de 1.000%.
Os preços subiram, subiram, subiram, e atingiram valores absurdos, sendo que uma simples tulipa chegou a custar o equivalente a 25 mil toneladas de manteiga.
Como em toda bolha, no entanto, o mercado só se sustentaria se os preços continuassem subindo, e não havia mais tanta gente disposta a pagar o preço de uma mansão para exibir uma simples florzinha.
Na realidade, não havia mais demanda alguma por tulipas, e, de acordo com Alexandre Versignassi, autor de Crash: uma breve história da economia, as pessoas continuavam a comprá-las por valores extorsivos na esperança de que surgisse alguém “mais otário” lá na frente disposto a pagar ainda mais por elas.
Como bem destacado pelo autor, no entanto, os otários também são um recurso finito e uma hora começou a faltar compradores.
Quem tinha vendido a casa, aplicado suas economias ou contraído grandes empréstimos, para investir no dinheiro fácil que as tulipas estavam proporcionando, se viu com as calças na mão de uma hora para a outra: os contratos tinham virado títulos podres, não valiam mais nada.
E a história se repete...
O Bitcoin surgiu há pouco menos de dez anos e é uma moeda digital do tipo descentralizada, que em tese permite transações financeiras sem intermediários.
É facilmente comparado com as moedas virtuais existentes em jogos eletrônicos, mas diferentemente das moedas utilizadas em videogames, o Bitcoin foi criado para servir como uma moeda capaz de intermediar operações reais, geralmente pela internet.
Desde 2009, quando foi lançado, porém, a cotação do Bitcoin saltou de 1 centavo de dólar para mais de 11 mil dólares, o que representa uma valorização astronômica em pouco mais de 8 anos.
Na realidade, só no último ano, o preço dos Bitcoins saltou de 750 dólares para cerca de 11.600 dólares.
Assim como as tulipas no século XVII, sua valorização explosiva puxou para cima o preço de outras criptomoedas: basta ser uma criptomoeda e não falta gente disposta a pagar fortunas para adquiri-la (segundo o site CoinMarketCap, que sintetiza informações sobre as diversas criptomoedas, existem hoje 553 criptomoedas com valor de mercado superior a 1 milhão de dólares, que juntas representam um valor de mercado de cerca de 348 bilhões de dólares).
E a cada dia a oferta de criptomoedas continua aumentando, sendo que a maioria delas sequer apresenta algum diferencial, além de uma nova história para enganar os tolos (no Facebook, por exemplo, vemos diversos ICOs oferecendo novas moedas que vão “revolucionar o mundo”).
Pois bem, pessoas passaram a comprar moedas como o Bitcoin aos montes na esperança de vender mais caro em pouco tempo, o que é aparentemente um bom negócio, já que os preços não param de subir.
Alguém que tivesse pago 10 mil dólares por um Bitcoin há cerca de uma semana, por exemplo, poderia vendê-lo hoje por mais de 11 mil dólares, tendo um lucro de pelo menos 10%.
Muitos, inclusive, tomam empréstimos ou aplicam todas as suas economias para adquirir mais Bitcoins. Afinal, é possível tomar um empréstimo pela manhã, comprar uma tulipa, digo, Bitcoin, antes do almoço, vendê-lo a tarde, pagar o empréstimo e os juros antes do jantar e ainda assim sair com um lucro substancial.
É incrível: você aplica o dinheiro que guardou com tanto esforço para dar entrada em um carro ou em um apartamento e, em seis meses, você já tem o suficiente para comprar um carro e um apartamento, à vista. Nunca foi tão fácil fazer dinheiro e todo mundo quer entrar nessa.
Pois é, a especulação cresce e o preço das criptomoedas, como o Bitcoin, também. No último mês, por exemplo, os preços subiram mais de 100%, e um Bitcoin, que há cerca de 8 anos valia menos que uma bala, hoje equivale ao preço de um carro popular.
Como em toda bolha, no entanto, o mercado só se sustenta se os preços continuarem subindo, e quando não houver mais gente disposta a pagar o preço de uma mansão para comprar um moeda que, na realidade, não vale nada… Bom o resultado dessa história você já sabe.
“Mas, o Bitcoin é realmente uma bolha? Está todo mundo ganhando dinheiro com isso!”
Como você é insistente…
Bom, vamos analisar mais algumas informações e você poderá tirar suas próprias conclusões.
a) Há um estoque finito de Bitcoins...
Um dos pontos mais interessantes das moedas digitais é que a maioria delas, em tese, possui estoques finitos, isto é, foram ou só podem ser mineradas até determinada quantidade.
No caso dos Bitcoins, a rede foi planejada para ter, no máximo, 21 milhões unidades, de modo que não seria possível obter mais moedas além daquelas já existentes no mercado.
Ótimo, não? Diferentemente dos governos, que imprimem cada vez mais dinheiro, gerando inflação, o Bitcoin é limitado a 21 milhões de unidades…
Ou melhor, o Bitcoin é limitado até aqueles que controlam sua rede mudarem de ideia... O que exatamente aconteceu em agosto de 2017 e em novembro de 2017?
Foram criadas, a partir do Bitcoin, a Bitcoin Cash (BCH) e a Bitcoin Gold (BCG), que juntas possuem hoje um valor de mercado de cerca de 33 bilhões de dólares.
Da noite para o dia, foram criados 33 bilhões de dólares em novas moedas digitais.
E quem ganhou com isso? Veremos mais a frente. O importante aqui é verificar que não, a rede do Bitcoin não é limitada e nada garante que não haverá novos desdobramentos a cada três meses, gerando mais e mais criptomoedas.
b) Os Bitcoins compõem um mercado descentralizado...
Existem hoje, em tese, cerca de 16,7 milhões de Bitcoins em circulação, com um valor de mercado de cerca de 193 bilhões de dólares.
Na verdade, porém, a circulação real de Bitcoins é muito menor, já que, de acordo com a revista Fortune, mais de 20% dos Bitcoins já produzidos encontra-se perdida para sempre. Afinal, quando alguém compra uma criptomoeda e perde a chave de segurança de sua carteira eletrônica, esta tornar-se inacessível para sempre (e muita gente, ainda hoje, com o Bitcoin valendo mais de 11 mil dólares, consegue perder a chave de suas carteiras).
Além disso, a concentração das carteiras de Bitcoins é tão expressiva quanto a dos bilionários da Forbes: cerca de 87% dos Bitcoins estão concentrados em menos de 1% dessas carteiras, que são controladas por grandes mineradores da China, por empresas de apostas virtuais e por entusiastas da moeda que a adquiriram entre 2009 e 2014.
Esses titulares, com efeito, geralmente não negociam Bitcoins, já que uma grande oferta poderia gerar uma implosão no preço dessa tulipa, digo, criptomoeda.
Aliás, vamos aproveitar que estamos falando de concentração: quem você acha que lucrou com os 33 bilhões de dólares gerados com a criação do Bitcoin Cash e do Bitcoin Gold?
Pois bem, supondo que 10% dos Bitcoins encontra-se perdida para sempre e que os titulares de mais de 1.000 Bitcoins (cerca de 0,01% de todas as carteiras existentes) não costumam negociar essa criptomoeda com frequência, podemos concluir que menos de 50% dos Bitcoins já produzidos encontram-se realmente em circulação, ou seja, menos de 8,35 milhões de Bitcoins estão em circulação, o que equivale a 96,5 bilhões de dólares.
Assim, sabendo que o volume negociado nas maiores bolsas de Bitcoins, nas últimas 24 horas, foi de aproximadamente 5,3 bilhões de dólares, temos que cerca de 5,5% dos Bitcoins em circulação trocam de mãos todos dias, adquiridos por especuladores e por pessoas em busca de um ganho fácil e “certo”.
Quando a queda for iminente, porém, os titulares de grandes carteiras de Bitcoins serão forçados a despejar seus Bitcoins no mercado, aumentando ainda mais a oferta, e, paralelamente, aqueles que entraram nessa mercado em busca de ganhos fáceis entraram em desespero.
Nesse momento o crash será tão brusco quanto àquele que ocorreu na Holanda no século XVII.
c) O Bitcoin vale muito dinheiro...
Não vale.
Na verdade, podemos dizer com razoável certeza que o Bitcoin vale o dinheiro novo que entrou no sistema, isto é, o dinheiro que pessoas como você estão dispostas a pagar para não “perder” essa oportunidade. E, sabendo que aqueles que entraram antes de você já retiraram boa parte de seus lucros, não há, efetivamente, muito dinheiro novo sustentando esse mercado.
Isso porque os Bitcoins não são lastreados em nenhum ativo e, assim como as moedas físicas, não geram nenhum benefício futuro. Não podem ser comparados com uma empresa, que produz uma mercadoria ou um serviço, nem com títulos de dívida, já que estes pressupõem a capacidade do devedor de quitar suas obrigações.
São hashes e códigos de computador apenas e não são aceitos em quase lugar nenhum. Não há sequer a garantia de conversão em dinheiro, pois é preciso que alguém queira pagar determinado valor por eles.
E, se é assim com os Bitcoins, imagine com as outras 552 moedas com valor de mercado superior a 1 milhão. Da maioria, aliás, você sequer ouviu falar!
Agora, imagine quando a bolha estourar: a oferta esmagará a demanda quando todo mundo quiser se livrar de suas criptomoedas e ninguém mais quiser entrar nesse mercado.
Em síntese, o preço das criptomoedas vai continuar subindo até se tornar insuportável e, a partir de então, a queda será brusca e inevitável.
d) Mas é caro produzir Bitcoins, então eles devem valer alguma coisa...
Sem entrar nas especificidades da mineração de Bitcoins, que consome grande quantidade de energia elétrica e envolve complexos cálculos no computador, é caro produzir Bitcoins porque há cada vez mais gente querendo pegar o seu pedaço do bolo.
Atualmente são produzidos apenas 12,5 Bitcoins a cada dez minutos. Portanto, se há 100 pessoas, com igual capacidade de mineração, minerando Bitcoins, cada uma ficará com 0,125 Bitcoin.
Mas, e se hover 100.000 pessoas minerando Bitcoins? Será mil vezes mais difícil minerar alguma coisa.
E se houver 1.000.000 de pessoas minerando Bitcoins, com uma capacidade de mineração muito maior que a sua?
Mas, e se hover 100.000 pessoas minerando Bitcoins? Será mil vezes mais difícil minerar alguma coisa.
E se houver 1.000.000 de pessoas minerando Bitcoins, com uma capacidade de mineração muito maior que a sua?
Na verdade, só é atualmente viável minerar Bitcoins em alguns países. Tanto é assim que a maior fabricante de mineradores, a chinesa Bitmain (fabricante dos famosos Antminers), é também a maior mineradora de Bitcoins do mundo (e não vamos nem nos dar ao trabalho de falar que eles utilizam seu próprio hardware, quando ele ainda é economicamente viável, antes de disponibilizá-lo no mercado para pequenos mineradores).
e) Tenho vários amigos ganhando dinheiro com Bitcoins…
Muitas pessoas estão ganhando dinheiro com Bitcoins, é verdade.
Muitas pessoas, aliás, ganharam dinheiro nas últimas décadas com pirâmides financeiras, que ofereciam ao investidor, por exemplo, ganhos mensais de mais de 5%. E o negócio realmente funcionava, enquanto havia mais gente entrando que tentando sair.
Assim como ocorreu com as tulipas em 1636, por enquanto há "otários" que estão dispostos a pagar um valor cada vez mais alto para adquirir alguns Bitcoins.
Mas, você sabe quem realmente ganha com os Bitcoins? E dessa vez não estou me referindo aos titulares das maiores carteiras de criptomoedas.
A taxa média cobrada pelas bolsas de Bitcoin, ao redor do mundo, é de 0,4% por negociação (incluindo a taxa do comprador e a taxa do vendedor), sem considerar taxas de depósito e de saque, que, aqui entre nós, são absurdamente altas. No Brasil, por outro lado, as taxas de negociação são ainda mais expressivas (a Foxbit e o Mercado Bitcoin, as duas maiores bolsas brasileiras de Bitcoins, cobram respectivamente 0,75% e 1% a cada transação).
Mas, vamos considerar em nossos cálculos a média mundial (0,4% por transação): a oferta total de Bitcoins hoje é de 16,7 milhões (menos da metade, como vimos, está realmente em circulação) e o volume médio de Bitcoins negociado é de 460 mil Bitcoins por dia.
Se as bolsas de Bitcoin ficam com 0,4% do valor da transação, elas ficam com 1.840 Bitcoins por dia, que equivalem a 671.600 Bitcoins por ano (isso se o volume médio diário não aumentar).
Ou seja, só em taxas de transação (sem considerar taxas de saque e de depósito), as bolsas de Bitcoin ficam anualmente com mais de 4% dos Bitcoins já minerados e com cerca de 8% dos Bitcoins em real circulação.
Então eu novamente pergunto: quem realmente ganha com a popularização dos Bitcoins?
f) E se o Bitcoin fosse aceito por todos os países? (SÉRIO MESMO!?)
À medida que as transações com Bitcoins se tornarem substanciais dentro de seus territórios, governos vão começar a proibir a operação de bolsas e corretoras de criptomoedas, a exemplo do que já aconteceu na China.
Conforme explica, Eduardo Carone, da Nexto Investments:
Vamos assumir a premissa absurda de que os governos vão abrir mão da sua autoridade monetária em favor de um código escrito por um cara misterioso que sumiu do mapa.
Mesmo assumindo isso, a resposta é: ele não dá conta!
A capacidade de processamento da rede de mineradores do Bitcoin é de 3 a 4 transações por segundo. Há notícias que dizem chegar a 7.
A VISA processa 1.667 transações por segundo. E a VISA divide o mundo com a Mastercard, ou seja não daria conta do todo também.
Mas voltando ao ponto, NENHUM GOVERNO JAMAIS VAI ABRIR MÃO DA SUA AUTORIDADE MONETÁRIA. Afinal, perder autonomia sobre a emissão de moeda e controle do sistema financeiro nacional seria suicídio.
A China foi a primeira a proibir corretoras de Bitcoins, bem como ICOs. Por que foi a primeira? Porque o volume se tornou significativo por lá. O mesmo vai ocorrer em todos os demais países.
O Banco Central do Brasil se pronunciou sobre o caso recentemente:
"No Brasil, por enquanto, não se observam riscos relevantes para o Sistema Financeiro Nacional. Contudo, o Banco Central do Brasil permanece atento à evolução do uso das moedas virtuais, bem como acompanha as discussões nos foros internacionais sobre a matéria para fins de adoção de eventuais medidas, se for o caso, observadas as atribuições dos órgãos e das entidades competentes."
Fica claro, portanto, que a falta de regulamentação ou proibição neste momento dá-se pelo baixo risco que a moeda representa hoje ao sistema financeiro nacional. Caso a moeda se torne relevante, é natural que o Banco Central deverá intervir.
g) O Bitcoin é um bom meio de troca...
Complementando a opinião de Carone, é interessante destacar que, antigamente, as transações de Bitcoins eram processadas em menos de 10 minutos. Hoje, elas demoram até uma hora para serem confirmadas pela rede e custam caro, muito caro mesmo.
Complementando a opinião de Carone, é interessante destacar que, antigamente, as transações de Bitcoins eram processadas em menos de 10 minutos. Hoje, elas demoram até uma hora para serem confirmadas pela rede e custam caro, muito caro mesmo.
Uma transação de cerca de R$ 1.000,00 em Bitcoins pode lhe custar cerca de R$ 40,00 só em taxas pagas à rede de mineradores, mais do que você pagaria ao fazer um DOC ou um TED por meio de seu banco.
Ou seja, as transações em Bitcoin já não são nem mesmo eficientes, em termos operacionais e financeiros.
Concluindo…
Parece estúpido hoje que as pessoas gastaram tanto com tulipas, mas parecerá mais estúpido ainda quando olharmos para trás e ficar claro que fizemos isso com códigos de computador.
O Bitcoin entrará para a história como a bolha mais estúpida de nossa geração.
ATUALIZAÇÃO:
Desde que este artigo foi escrito, no fim de 2017, até hoje (05/04/2018), o Bitcoin já caiu mais de 50%.
Quem avisa, amigo é...
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